A caça furtiva de rinocerontes continua ativa na África do Sul, com quase 1.200 animais mortos em 2015.
"Até ao final de dezembro de 2015, o número de rinocerontes mortos por caçadores foi de 1.175", afirmou a ministra dos Assuntos Ambientais da África do Sul, Edna Molewa, em declarações à comunicação social.
Apesar de representar um ligeiro decréscimo em relação a 2014, em que foram mortos 1.215 rinocerontes, o número ainda elevado de mortes é uma prova que esta atividade continua ativa e a responder à intensa procura de marfim e de corno de rinoceronte em mercados asiáticos ilegais, nomeadamente na China e no Vietnã.
Valioso
Quatro cornos de Rinoceronte valem cerca de US$ 10 mil (R$ 30 mil), isso é apenas uma fração do valor de um chifre de rinoceronte na Ásia, onde pode custar até US$ 250 mil (R$ 761 mil).
O chifre e procurado devido às suas alegadas propriedades medicinais. O corno de rinoceronte tem queratina, um dos componentes das unhas humanas, e é vendido em pó para tratamentos de cancro e de outras doenças, acredita-se ser afrodisíaco.
Em gramas, esse valor é superior ao de ouro e diamantes.
Combate ao Trafico
Os governos da África do Sul e Vietnã, assinaram um acordo na tentativa de impedir o comércio de chifres de rinocerontes em 2012. Mesmo com esse acordo entre os dois países a caçada continuou aumentando. Por isso foi criado pelo governo da África do Sul, um grupo de guardas patrulheiros. Cerca de 85% dos 25 mil exemplares da espécie vivem no país.
O número de rinocerontes mortos aumentou segundo o chefe do órgão conservador de Moçambique, Bartolomeu de Soto. Com isso a necessidade de proteção, mas rígida foi necessária, colocando cercas em torno das reservas onde vivem esses animais e fornecendo um treinamento adequado aos guardas para que saibam lidar com essa situação. Os guardas precisam se defender dos disparos dos caçares e dos animais, eles estão autorizados para matar os caçadores se necessário.
Tratamento dos animais que sobrevivem
A maioria dos rinocerontes são mortos por seus chifres, mas alguns são dopados com tranquilizantes enquanto o chifre é removido. Como, então, tratar um animal mutilado dessa forma?
"O maior desafio é o tamanho do animal e o fato de que há muito pouco cuidado posterior a ser tomado", diz o cirurgião animal John Marais, que faz parte do projeto. Ele relata como e feito o tratamento nos rinocerontes que sobrevivem. "Temos que imobilizar o rinoceronte com ferimentos faciais a cada quatro semanas ao longo de um ano, o que cada vez é um risco para o animal e um fardo financeiro para o dono. Mas é algo que precisa ser feito para salvar a vida desses animais."
Qual seria a solução, para essa crueldade?
Infelizmente o problema ainda continuará sem uma solução definitiva. São muitos os problemas que precisam ser corrigidos, como a criação de empregos para que os homens, que são aliciados e forçados a realizarem o abate de rinocerontes por conta de seus chifres preciosos, possam trabalhar. A descrença dos benefícios do chifre do rinoceronte na cultura asiática e a prisão dos envolvidos nesse tipo de tráfico.
Leandro JF
Site, Olhar do Futuro
25/Novembro/2016